sexta-feira, 6 de março de 2009

Os "eléctricos" de há 30 anos

Subiam e desciam os Clérigos na aventura de ligar as gentes de Pereiró, de Monte dos Burgos ou do Ameal. O "20" e "21" entonteciam na enésima volta, sempre igual mas sempre diferente, entre o Marquês e a Rotunda. Outros apanhavam ar do Infante até à Foz ou espreguiçavam-se manhã cedo na Ponte da Pedra. Conviviam, paredes meias, com o Sto. António e o Maria Pia, com o Bom Sucesso e o Bolhão, com o Alexandre Herculano e o D. Manuel, com o Bessa e o Vidal Pinheiro, com a Lapa e o Bonfim. Prisioneiros dos trilhos, atrapalhavam-se com o trânsito, com os putos e com as ladeiras. Democráticos, a troco de algumas "croas", acolhiam homens de letras e analfabetos, trolhas e engenheiros, velhos e catraios, morcões e passarões. Cumpriam escrupulosamente a sua função social: ligavam os lugares, juntavam as pessoas, cerziam as relações, transportavam sonhos e teciam a cidade.
Passados trinta anos, cheios de "liftings", voltaram, mas já não juntam nada nem ninguém!

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