segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Melhorar as oportunidades para a educação e qualificação de adultos


Durante o ano lectivo de 2006/2007, de acordo com os dados oficiais, no município do Porto havia 3.068 adultos integrados nos dois únicos centros "Novas Oportunidades" (Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, com 2.0626 e Agrupamento de Escolas de Miragaia, com 442). Destes 3.068 adultos, 1.363 (44%) estavam inscritos, 567 (19%) estavam em diagnóstico, 481 (16%) estavam em processo de reconhecimento, 6 (0,2%) estavam por certificar, 208 (7%) estavam certificados, 115 (4%) foram encaminhados, 46 (1,5%) desistiram e 282 (9%) foram transferidos. No bom e no mau, estes números falam por si.
É francamente positivo que, numa cidade onde se somam o velho e o novo analfabetismo, mais de três mil adultos tenham procurado soluções pessoais e profissionais junto do programa "Novas Oportunidades". É também positivo que mais de mil e trezentos estivessem inscritos nas diversas ofertas formativas e mais uns quantos vissem os seus esforços recompensados com a certificação correspondente. Não deixa, no entanto, de causar estranheza o desequilíbrio desta rede pública: apenas dois centros, um na zona ocidental e outro na zona histórica, sendo que no primeiro eram mais de 2.000 os adultos envolvidos enquanto que no segundo, esse número era quatro vezes inferior. Cabe questionar por que razões não há oferta pública de CNOs na zona oriental, com mais população e com maiores problemas de qualificação e emprego dessa população? Será aceitável, para os interessados e para o funcionamento eficaz do sistema, deslocar as pessoas de um extremo da cidade para o outro, sobrecarregando um dos pólos e deixando o outro com frequências muito mais baixas. E, uma outra questão aqueles números suscitam: o que aconteceu aos 115 encaminhados (porquê?), aos 282 transferidos ( para onde?) e aos 46 que desistiram?

Sem comentários:

Enviar um comentário